terça-feira, 30 de abril de 2024

Hoje faz anos o “portista” das camadas jovens do Benfica. Quem se lembra de Cândido Costa no FC Porto?

Cândido Costa somou 57 jogos e três golos pelo FC Porto
Portista desde que se lembra, Cândido Costa nasceu em São João da Madeira e começou a jogar futebol no maior clube do seu concelho, a Sanjoanense, mas os bons desempenhos e a preferência clubística sempre o levaram a ter aspirações legítimas de representar o FC Porto.
 
“Houve ali um ano em que se falava que o FC Porto andava a ver a Sanjoanense, andava a ver a equipa. Eu andava com um peito…”, recordou à Tribuna Expresso em março de 2018. No entanto, quem saiu da Sanjoanense com destino às Antas foi um colega de Cândido, Gustavo, o que lhe provocou uma sensação de injustiça.

Hoje faz anos Cândido Costa. Quem se lembra dele no Vitória de Setúbal?

Cândido Costa disputou 14 jogos pelo Vitória em 2003
Apenas um salário recebido, uma descida de divisão, dificuldade em agarrar um lugar no onze e zero golos em seis meses. Assim se pode resumir a aventura de Cândido Costa no Vitória de Setúbal, no primeiro semestre de 2003.
 
Internacional sub-21 que vinha de apenas cinco jogos pelo FC Porto na primeira metade da temporada, sentiu que estava a perder o comboio no clube e na seleção, numa altura em que apareciam Ricardo Quaresma e Cristiano Ronaldo, e decidiu, contra a vontade de José Mourinho, deixar as Antas. “Certo dia, no final de um treino, vou ter ao gabinete do mister para ter uma palavrinha com ele. Manda-me entrar e eu disse que estava a jogar pouco, que ele tinha o Capucho, que vinha o Marco Ferreira e que se calhar o melhor era sair. O Mourinho diz algo do género: 'Vais sair e vais jogar para onde?'. Eu digo que o Vitória de Setúbal me quer e ele: 'Espera aí para ver se compreendo: estás a pedir-me para sair do FC Porto, quando eu não te estou a dizer para tu saíres e queres ir para o Vitória de Setúbal?'”, recordou ao zerozero em dezembro de 2023.

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Data: 21 de abril de 2024
Arena: Chaifetz Arena
Localidade: St. Louis, Missouri
 

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Crouch: “O que eu seria se não fosse jogador de futebol? Virgem”

Crouch somou 22 golos em 42 jogos por Inglaterra
Peter Crouch não é propriamente um homem muito atraente. Mede 2,01 m e, no auge da carreira, pesava cerca de 80 quilos. Um gigante em altura, mas muito franzino. Só pele e osso. Até a sua locomoção era esquisita, quase robótica.
 
Mas, verdade seja dita, não era propriamente um tosco. Apontou 227 golos ao longo da carreira, foi 42 vezes internacional inglês, esteve em dois Mundiais e representou clubes importantes como Aston Villa, Liverpool ou Tottenham. Entre as mais de duas centenas de remates certeiros que amealhou, alguns foram mesmo gestos acrobáticos muito bonitos.

“Tenho um boneco com a cara do Maradona em casa e todos os dias lhe espeto um alfinete”. O outro lado do Golo do Século

Butcher não conseguiu impedir Maradona de marcar
O Argentina-Inglaterra do Mundial 1986, disputado a 22 de junho desse ano no Estádio Azteca, no México, é um dos jogos mais míticos do futebol mundial. Aos 51 minutos, Diego Maradona adianta a seleção albiceleste com um golo marcado com a mão, que ficou celebrizado como a “Mão de Deus”. Quatro minutos depois, Maradona percorreu 60 metros com a bola controlada, tocou-lhe 12 vezes, passou por seis adversários e aumentou a vantagem para 2-0.
 
Embora tivesse recebido a bola ainda no meio-campo defensivo, onde rodopiou sobre si próprio no início de um balizado que só se haveria de ser concluir na área adversária. Há quem tivesse, em jeito de brincadeira, reclamado méritos, nomeadamente quem passou a bola a El Pibe, o médio Hector Enrique. “Depois daquele passe de qualidade, difícil era o Maradona não fazer golo”, atirou.

“Agradeço aos meus progenitores pela minha carreira, especialmente à minha mãe e ao meu pai”

Altobelli somou 466 jogos e 209 golos pelo Inter
Um dos jogadores mais importantes da história do Inter de Milão e o homem que saltou do banco na final do Mundial 1982 para marcar o terceiro golo da vitória de Itália sobre a Alemanha (3-1), tornando-se assim no primeiro suplente utilizado a marcar numa final de um Campeonato do Mundo.
 
Alessandro Altobelli foi também um dos melhores marcadores do Mundial 1986 (quatro golos) e é ainda hoje o sexto melhor marcador de sempre da squadra azzurra (com os mesmos 25 golos que Adolfo Baloncieri e Filippo Inzaghi). Esteve igualmente nos Campeonatos da Europa de 1980 e 1988.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

“Marcar golos é como fazer amor: toda a gente o faz, mas ninguém o faz como eu”. As melhores frases de Di Stéfano

Di Stéfano conquistou cinco títulos europeus
Alfredo Di Stéfano foi um dos melhores futebolistas de todos os tempos, que só não é mais engrandecido porque jogou numa era pré-globalização, não disputou qualquer encontro num Campeonato do Mundo e já tinha quase 30 anos quando foi inventada a Taça dos Campeões Europeus – mas foi a tempo de ganhá-la por cinco vezes (seguidas).
 
Era o ídolo de Eusébio e Bobby Charlton, o que diz muito deste atacante que nasceu argentino, mas tornou-se espanhol. Pela velocidade e pela cor do cabelo, ganhou a alcunha de la saeta rubia [a flecha loira].

“Só existem três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área”

Dadá Maravilha foi internacional brasileiro por cinco vezes
Folclórico, engraçado, narcisista e com faro para o golo. Assim era Dadá Maravilha, o terceiro maior goleador de sempre do futebol brasileiro, apenas atrás de Pelé e Romário. Pelas suas contas, foram 926 remates certeiros ao longo de uma carreira que durou entre 1967 e 1986 e na qual representou clubes como Atlético Mineiro, Internacional de Porto Alegre, Flamengo e Sport Recife.
 
Os muitos golos que marcava davam-lhe uma enorme moral, apesar de ser algo desajeito e pesado. “Só existem três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área”, afirmou numa ocasião.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

“Só há uma opção: a vitória, o empate ou a derrota”. As melhores pérolas de Beckenbauer

Beckenbauer foi 103 vezes internacional pela Alemanha
Franz Beckenbauer foi uma figura com um papel revolucionário no futebol. Contrariou o preconceito de que os alemães eram altos, loiros e espadaúdos, mas algo toscos; foi o primeiro defesa a tornar-se verdadeiramente um ídolo para os miúdos que sonhavam em tornar-se futebolistas; e revolucionou o papel do líbero, construindo e pensando o jogo a partir da retaguarda, quando só se esperava que quem ali jogasse apenas tapasse buracos.
 
Também revolucionou, de certa forma, a noção de tempo. “Houve um ano em que joguei quinze meses”, afirmou o Kaiser, que pela Alemanha foi campeão europeu em 1972 e campeão mundial em 1974 como jogador e campeão mundial em 1990 como selecionador. Também nisso foi revolucionário, porque foi o primeiro a vencer o título mundial nas duas funções, tendo posteriormente sido também presidente do Bayern Munique e comentador televisivo.

“Antes de equivocar-me eu não cometo esse erro”. As melhores tiradas de Cruyff, que faria anos hoje

Johan Cruyff teve sucesso como jogador e como treinador
Johan Cruyff foi um génio do futebol, um dos poucos que foi brilhante como jogador e como treinador, conseguindo em ambas as vertentes simbolizar o “futebol total”, um modelo de jogo assente numa grande mobilidade de todos os jogadores. A par da sua genialidade, foi também um homem bastante arrogante, controverso e polémico.
 
Foquemo-nos primeiro na sua genialidade. Em 1978, depois de recusar jogar no Campeonato do Mundo na Argentina, colocou em causa a continuidade da própria carreira, numa altura em que tinha 31 anos. Pelo sim pelo não, dada a dimensão da sua figura, o Ajax organizou-lhe um jogo de despedida, mas o mago neerlandês haveria de jogar mais seis anos, despedindo-se em 1983-84 após ajudar o Feyenoord a sagrar-se campeão. “O meu jogo de homenagem foi um parto”, gracejou.

“Estou contente porque a minha cadelinha vai ter cães meus”. As melhores pérolas de Murci Rojas

"Murci" Rojas foi 25 vezes internacional pelo Chile
Todos os países têm uma figura desportiva que comete mais gaffes do que o habitual. Se em Portugal temos Jorge Jesus e no passado tivemos João Pinto, o Chile tem Francisco “Murci” Rojas. Além de um antigo lateral esquerdo 25 vezes internacional pela la roja, que esteve presente em duas Copas América (1997 e 1999) e num Mundial (1998), é também o autor de algumas das frases mais engraçadas do futebol chileno. Chamavam-lhe a Murcipédia.
 
O seu conhecimento geográfico, por exemplo, estava ao nível de um dos mais ignorantes participantes de reality show, o que até lhe valeu a entrada num programa desse género, o Mundos opostos.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Há 50 anos o Sporting jogava na Alemanha. E por isso perdeu a Revolução dos Cravos

Sporting jogou em Magdeburgo a 24 de abril de 1974
Quando a Revolução dos Cravos colocou um ponto final a quase meio século de ditadura, a 25 de Abril de 1974, a equipa do Sporting não estava em Portugal. Os leões jogaram na véspera na República Democrática Alemã (RDA), diante do Magdeburgo, na segunda-mão das meias-finais da Taça das Taças, tendo sido derrotados por 2-1 depois de um empate a um golo a um em Alvalade. E depois ficaram a pernoitar em solo alemão oriental.
 
Com viagem de regresso marcada para o dia 25, a comitiva leonina acordou às 4:30 da manhã, pouco mais de quatro horas depois de “Grândola, Vila Morena” de José Afonso ter passado na Rádio Renascença e anunciado dessa forma aos militares que a Revolução estava em marcha.

Xavi está a roer os ossos. Outros irão comer a carne

Xavi está no comando técnico do Barça desde novembro de 2021
Escrevo este artigo numa altura completamente insuspeita, menos de uma semana depois de o Barcelona ter sido eliminado em casa da Liga dos Campeões após ter estado com dois golos de vantagem sobre o Paris Saint-Germain e de ter perdido o jogo do título espanhol no Santiago Bernabéu.
 
Mesmo tendo contrato até junho de 2025, o treinador Xavi Hernández há muito que anunciou que vai sair no final desta época, que ficará marcada pela ausência de troféus e por um futebol pouco atrativo e de certa forma até antiquado para o ADN do clube, que é também o ADN futebolístico de Xavi. Para aquilo que o Barça é, foi uma temporada para esquecer. Mas para o estado em que o Barça está, o antigo médio até está a fazer um trabalho muito interessante.

terça-feira, 23 de abril de 2024

O trinco que começou nos distritais da AF Porto mas jogou no Euro 96. Quem se lembra de Tavares?

Tavares representou Benfica, Boavista a seleção nacional
Um daqueles casos improváveis de subida a pulso na carreira. Tavares foi internacional português por oito vezes, disputou três jogos no Euro 1996, jogou na Liga dos Campeões, representou FC Porto e Benfica, somou 200 jogos pelo Boavista e venceu três Taças de Portugal e duas Supertaças. Mas começou a carreira a jogar no modesto clube que o formou, o Oliveira do Douro, primeiro nos distritais da AF Porto (entre 1983 e 1985) e depois na III Divisão Nacional (1985 a 1988).
 
Haveria ainda de passar pelo Infesta (III Divisão em 1988-89, II Divisão em 89-90) antes de dar o salto para o FC Porto, clube ao qual havia marcado um golo nas Antas numa partida da Taça de Portugal em dezembro de 1989.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

O búlgaro que fez 70 golos pelo Sporting e pôs um cachecol no leão do Marquês de Pombal. Quem se lembra de Iordanov?

Iordanov venceu uma fratura na coluna e a doença esclerose múltipla
O segundo capitão de equipa estrangeiro da história do Sporting, depois de Vágner, que se deixou levar pela euforia e, em plenos festejos da conquista de um título que escapava há 18 anos ao emblema leonino, subiu à estátua do Marquês de Pombal para colocar um cachecol ao pescoço do leão daquele monumento.
 
Ivaylo Iordanov foi um avançado que deixou a sua marca em Alvalade durante uma década, entre 1991 e 2001, mas que raramente apresentou números de goleador, tendo marcado 70 golos em 222 jogos, uma média inferior a um remate certeiro a cada três jogos. Mas era, acima de tudo, um lutador incansável, tendo superado um grave acidente de viação sofrido na Bulgária em 1995 que lhe valeu a fratura na coluna, e o diagnóstico de esclerose múltipla em 1997, tendo continuado a jogar futebol ao ponto de depois disso.

Algumas notas sobre o Vitória FC-União de Santarém

Foto: Vitória Futebol Clube
Ontem tive a oportunidade de ser um dos mais de 5100 espetadores que estiveram presentes no Vitória de Setúbal-União de Santarém, um jogo da jornada inaugural da fase de promoção à Liga 3, entre os primeiros classificados das séries C e D, mas já com cheirinho e nível de Liga 3.
 
Depois de cerca de hora em que os sadinos assumiram a iniciativa e os ribatejanos tentaram explorar sobretudo o contra-ataque de uma forma muito organizada e venenosa, os últimos 30 minutos ficaram marcados pelo sofrimento de quem (como eu, não vale a pena ser hipócrita…) apoiava a equipa da casa.

sexta-feira, 19 de abril de 2024

A estrela argentina que pouco jogou no Sporting. Quem se lembra de Gabriel Heinze?

Gabriel Heinze representou o Sporting em 1998-99
Gabriel Heinze fez uma carreira fantástica: foi 72 vezes internacional A pela Argentina, venceu a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004), esteve em dois Mundiais (2006 e 2010), em outras tantas Copas América (2004 e 2007) e ainda numa Taça das Confederações (2005). Representou clubes como Paris Saint-Germain, Manchester United, Real Madrid, Marselha e AS Roma e quase sempre a jogar muito. Venceu títulos em Inglaterra, Espanha, França e também na sua Argentina, ao serviço do Newell’s Old Boys.
 
Mas antes de atingir o estrelato, este polivalente e não muito alto (1,79 m) defesa canhoto, que podia atuar no centro e no lado esquerdo do setor mais recuado, teve uma passagem fugaz pelo Sporting em 1998-99.

O que está lá atrás não conta. Nunca o mais pontuado da 1.ª fase foi campeão do Campeonato de Portugal

Vitória FC e Moncarapachense vão reencontrar-se na fase de subida
Começa este fim de semana a fase de subida do Campeonato de Portugal à Liga 3, com os dois primeiros classificados das séries A e B agrupados numa espécie de Série Norte e os dois primeiros das séries C e D agrupados na série mais a sul. Nesta altura, teoriza-se muito sobre mais favoritos e menos favoritos em função dos desempenhos dos vários conjuntos na fase regular, mas a história diz-nos que o que está lá atrás… não conta.
 
Não há um indicador mais expressivo do que este: nunca a equipa mais pontuada na primeira fase foi campeã do Campeonato de Portugal. E, em nove épocas, só por três vezes a equipa mais pontuada da etapa inicial subiu de divisão: Farense em 2017-18 (81 pontos), Fontinhas em 2021-22 (44) e Vianense em 2022-23 (53). Quem vai tentar quebrar este enguiço é o Amarante, que somou 59 pontos na Série B na presente temporada.

A minha primeira memória de… um jogo entre Boavista e Estrela da Amadora

Rui Óscar pontapeia a bola perante a pressão de Semedo
Embora não tenha qualquer afinidade com os clubes em causa, lembro-me bem dos dois jogos em que se defrontaram na I Liga em 2003-04. Porquê? Porque o Estrela da Amadora, apesar de ter vários futebolistas que nas épocas anteriores haviam passado por alguns dos grandes, como os ex-benfiquistas Paulo Madeira, Rui Baião e Sabry e o ex-sportinguista Marcos, foi uma espécie de saco de pancada das outras equipas no campeonato. Apenas somou 17 pontos em 34 jornadas – só o Penafiel de 2005-06 fez pior com 34 jornadas e vitória a valer três pontos (15) –, resultado de 25 derrotas, cinco empates e apenas quatro triunfos. E, desses quatro triunfos, dois foram frente ao Boavista, na Reboleira e no Bessa. Na altura achei tão curioso que não mais me esqueci.
 
Numa altura em que um homem da casa, Miguel Quaresma, já havia sucedido ao “luvas pretas” João Alves no comando técnico, os amadorenses partiram para a 12.ª jornada no último classificado, com apenas quatro pontos, ao passo que o Boavista de Erwin Sánchez ocupava a um interessante quinto lugar, a dois pontos do vice-líder Sporting. Os axadrezados, que continuavam a ter na equipa os campeões William, Rui Óscar, Martelinho, Duda, Frechaut e Jorge Silva e ainda contavam com Ricardo Silva, Raul Meireles, Ricardo Sousa e Fary, entre outros, tinha uma equipa claramente candidata a um lugar europeu e estavam a ter um bom início de época. Mas, na Reboleira, o Estrela agigantou-se, mostrando uma versão que pouco tinha sido avistada naquela época.
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